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CRISE?

CRISE?

18.08.2014

O mundo passa pelo sexto ano da maior crise econômica das últimas oito décadas. O efeito dominó teve início em 2008, com a falência do Lehman Brothers, nos Estados Unidos, mas contaminou o planeta, abalou as economias de países ricos, atingiu a todos, indistintamente, e provocou uma era de recessão e desemprego. Hoje, os sinais de recuperação das economias centrais ainda são modestos e a crise continua impondo seus efeitos sobre países emergentes, como o Brasil, que vivem, sem exceção, uma conjuntura de redução da atividade econômica, aumento dos juros e retração do crédito.

É neste ambiente mundial desfavorável que a Caixa luta para cumprir suas metas – e consegue atingí-las. É nesta conjuntura difícil que a Caixa se esforça para repetir os bons resultados dos últimos anos – e o primeiro semestre de 2014 reafirma uma trajetória ascendente. É em meio a uma situação desfavorável que a Caixa precisa preservar a meta de se tornar o terceiro maior banco do país até 2022 – e podemos celebrar o fato de que já alcançamos nosso objetivo oito anos antes do previsto.

O balanço do primeiro semestre nos anima e faz acreditar que 2014 será mais um bom ano. O lucro líquido, de R$ 3,4 bilhões, foi 7,9% maior do que o de igual período do ano passado. Este resultado foi obtido com o aumento das receitas financeiras de crédito em 46,1%, com a ampliação do resultado de títulos e valores mobiliários em 45,5%, e com o crescimento das receitas com prestação de serviços em 12%. O nosso resultado operacional superou em 20,3% o do primeiro semestre de 2013, e o retorno médio sobre o patrimônio líquido foi de 22,1% em 12 meses.

Obtivemos resultado animador no tratamento do nosso índice de Basiléia, que subiu para 13,3%, o que significa 2,3 pontos percentuais acima do exigido – desempenho que nos estimula muito, por sinalizar ao mercado solidez e eficiência de gestão. Tomamos as precauções necessárias em relação à inadimplência, embora o índice da Caixa, de 2,7%, ainda seja um dos menores do mercado.

Neste primeiro semestre, a Caixa injetou na economia brasileira R$ 322,9 bilhões – em contratação de crédito comercial (crescimento de 23,6% em relação a 2013), em financiamento habitacional (aumento de 27,3%) em empréstimos para obras de infraestrutura (mais 52,4% em volume de contratações) e em distribuição de benefícios sociais. Até o fim do ano, concederemos empréstimos de R$ 20 bilhões para obras de infraestrutura. A Caixa foi responsável por 50% do crescimento do crédito total do país neste primeiro semestre e 91% do crescimento do crédito livre.

A Caixa oferece crédito, quando muitos negam. A Caixa oferece crédito, quando muitos se assustam com a conjuntura. E, sobretudo, a Caixa oferece crédito quando o cliente mais precisa do apoio do seu banco. Com crédito, a Caixa constrói credibilidade.

Atualmente somos a segunda maior carteira de crédito, com 19,3% de market share e R$ 552 bilhões de saldo. Por 20 trimestres consecutivos lideramos o crescimento da carteira de crédito entre os grandes bancos. Na habitação, acabamos de superar a marca de R$ 303 bilhões em estoque de crédito imobiliário.

Estamos realizando cada vez mais o maior sonho da vida dos brasileiros: todos os dias, em média, oito mil famílias assinam contratos de compra de imóvel pela Caixa. Grande parte do desempenho na habitação se deve à execução do Minha Casa Minha Vida. Desde o lançamento do programa, a Caixa já contratou cerca de três milhões de unidades e entregou mais de 1,7 milhão de moradias. É o mesmo que dizer que a Caixa contratou mais do que o total dos domicílios da cidade do Rio de Janeiro e entregou praticamente duas cidades de Brasília.

Também conseguimos avançar muito no financiamento às empresas. Em três anos, mais do que dobramos a carteira de pessoa jurídica, atingindo um saldo de R$ 95,6 bilhões. E fizemos isto sem deixar de atender às médias, pequenas e micro empresas, que representam 98% de nossos clientes e 62,3% do estoque de crédito.

Todo esse esforço se refletiu no aumento da base de clientes, que hoje passa de 75 milhões, um número que equivale à população da França. Nos últimos três anos, conquistamos mais 23,8 milhões de correntistas. Todos os meses 1,1 milhão de novas contas são abertas nas agências da Caixa. E dedicamos especial atenção à inclusão financeira, no que nos diferenciamos dos outros bancos, por possuir duas agências-barco e 18 caminhões-agência, sendo líder na abertura de contas simplificadas – com 10,7 milhões de correntistas deste tipo, o que corresponde à população do Uruguai e do Paraguai juntas.

A Caixa administra ativos totais de R$ 1,658 trilhão, que equivale a 35% do PIB brasileiro. Mas esta pujança como banco comercial não prejudica em nada, antes fortelece, a sua atuação como banco público com grande função social. É na execução dos programas sociais que reafirmamos nossa missão histórica. Recentemente, o Bolsa Família completou 10 anos, reconhecido como a mais bem sucedida experiência mundial no combate à pobreza extrema. Nesse período, 22 milhões de pessoas foram resgatadas da miséria. O trabalho da Caixa contribuiu para esta grande conquista da sociedade brasileira.

Tivemos de investir muito para dar suporte à extraordinária expansão que nos levou a atingir, no primeiro semestre deste ano, o total de 3,3 bilhões de transações em todos os canais de atendimento. Entre 2011 e 2013, fizemos a maior expansão da rede atendimento já observada em toda história da Caixa.

A expansão não pode ser apenas física. A Caixa é o único banco brasileiro que continua contratando funcionários, para qualificar ainda mais o serviço que presta aos clientes. Tem, hoje, mais de 100 mil empregados – 2,32% mais do que no ano passado, 20,79% mais do que em 2010. Todos os demais bancos reduziram seus quadros de pessoal neste mesmo período. E nenhum banco obteve no mercado crescimento tão significativo quanto a Caixa – o que prova que bons funcionários também são a base do sucesso de uma empresa. De maneira geral, quem trabalha na Caixa não quer sair: temos a menor rotatividade do setor. E quem está fora da Caixa quer entrar: mais de um milhão de pessoas se inscreveram para os nossos dois últimos concursos.

Crédito farto e barato, ampliação de mercado e da base de clientes, expansão da rede de agências e investimento em trabalhadores qualificados: eis o alicerce sobre o qual estamos construindo a sustentabilidade de nossa estratégia de crescimento. É sobre esta base que continuaremos atuando para preservar o que conquistamos e para alcançar nossas novas metas.

Nosso desafio era ser o terceiro banco do país em 2022 e nos tornamos o terceiro banco do país em 2014. Os desafios da Caixa serão sempre maiores que os da sua concorrência. Diferentemente das demais empresas do setor, à Caixa não basta ser apenas um banco, tanto quanto não pode se dar por satisfeita de ser apenas uma empresa pública. A Caixa está destinada a ser um banco e uma empresa pública ao mesmo tempo, sem prejuízo para uma ou outra função.

E isto ainda é pouco. A Caixa que nós estamos construindo tem de ser um grande banco – sólido, confiável, ágil, inovador – e uma grande empresa pública – eficiente, socialmente relevante, indispensável à população. Desafio deste tamanho não é para qualquer um. É missão para um quadro de funcionários como o nosso, com profissionais qualificados, dedicados e engajados.

Quando fixamos como objetivo ser o terceiro banco do país estávamos avisando – a nós mesmos, aos nossos clientes e à sociedade - que fazemos questão de ser do tamanho da importância que sempre tivemos na vida dos brasileiros.

Nosso caminho não foi fácil. Num quadro de recessão mundial, aumento dos juros, resultados operacionais do setor em queda, quando todos se esconderam da crise, se encolheram para esperar a onda passar, nós decidimos que era o momento de ousar, de buscar o novo e de abrir horizontes. A Caixa enfrentou a crise, antes de ser atropelada por ela. A Caixa fez uma opção preferencial pelo crescimento e pela eficiência.

Quando o governo decidiu que a Selic tinha de cair, a Caixa foi o banco que mais reduziu os juros, que mais ampliou o crédito e que mais democratizou o acesso da população ao dinheiro. De 2011 até agora, nenhum banco ofereceu tanto crédito barato e farto. De 2011 para cá, nenhuma instituição contribuiu tanto para reduzir o custo do dinheiro e manter a economia irrigada de recursos para funcionar.

Foi uma estratégia acertada, construída passo a passo, sem aventuras, com ações táticas adequadas que pavimentaram um caminho sólido, firme e que, por isso, permite que enfrentemos eventuais dificuldades que venham a nos desafiar daqui por diante. Foi porque demos sustentabilidade ao nosso crescimento que estamos conseguindo manter um padrão de alto desempenho mesmo numa conjuntura menos favorável.

O balanço do primeiro semestre mostra que o aumento da Selic não retirou a Caixa de sua trajetória de crescimento e tampouco nos fez abandonar o foco na sustentabilidade, na eficiência e na qualidade do atendimento. Fechado o balanço do primeiro semestre, fica ainda mais claro para nós que a sustentabilidade e a eficiência devem ser nossas palavras de ordem.

O grande desafio da Caixa é manter as conquistas obtidas. Para isso, a execução do orçamento deste ano ganha especial relevância. À medida que os demais bancos retomam a disputa do mercado, teremos de tomar cuidado para não retroceder. Temos um caminho a percorrer, mas temos, ao mesmo tempo, um território a preservar. Nosso compromisso com a operacionalização dos programas sociais e com investimentos cada vez mais consistentes em obras de infraestrutura nos impõe ainda mais qualidade e agilidade de processos.

Já provamos do que somos capazes. O mercado já sabe que está lidando com um player de alta competência e grande ousadia. Conquistamos o direito de olhar o futuro com confiança e certeza de que é possível fazer muito mais pelos clientes, pelos funcionários e, principalmente, pelo Brasil.

Cumprimento efusivamente cada um dos colaboradores da Caixa pela dedicação. Agradeço a contribuição de todos e de cada um. E faço aqui uma conclamação: vamos continuar crescendo e fazendo o Brasil crescer.

Muito obrigado.


Jorge Hereda
Presidente