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Brasil sobe cinco posições em ranking de TI do Fórum Econômico Mundial
11.04.2013SÃO PAULO - O Brasil subiu cinco posições do relatório global de tecnologia da informação divulgado hoje pelo Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês). Depois de cair da 56ª para a 65ª colocação em 2012, o país deu sinais de recuperação e ficou com a 60ª posição na nova edição do estudo. A Finlândia assumiu a liderança do ranking e desbancou a Suécia, que caiu para a 3ª posição. Cingapura se manteve na 2ª colocação. Holanda e Noruega subiram uma posição e completam a relação dos cinco primeiros mercados na pesquisa.
Realizado em parceria com uma rede de 167 organizações em todo o mundo, o estudo avaliou a influência e os impactos da tecnologia da informação e comunicações (TIC) para o desenvolvimento e a competitividade de 144 países. O relatório é baseado na análise de quatro vertentes: infraestrutura, qualificação e custo de acesso à tecnologia; preparo de governos, empresas e pessoas para o uso da TIC; ambiente de inovação, de negócios, político e regulatório; e impactos econômicos e sociais gerados pela tecnologia.
Apesar de destacar a melhora do Brasil em aspectos como a oferta e o acesso à infraestrutura de TIC, a pesquisa ressalta alguns pontos de atenção para o país, especialmente na comparação com outros mercados emergentes. “Hoje, o Brasil não tem nenhum diferencial no mapa mundial de tecnologia”, afirmou ao Valor Eric Camarano, diretor-presidente do Movimento Brasil Competitivo, parceiro local da WEF na elaboração da pesquisa. “Ainda estamos no meio dessa massa generalizada que é a América Latina e enfrentamos os mesmos desafios de grande parte dos países da região”, observou.
Entre os países da América Latina e Caribe, o Brasil foi superado pelo Chile, Porto Rico, Barbados, Panamá, Uruguai e Costa Rica. Na comparação com os BRICS, o país ficou atrás de Rússia e China, e à frente da Índia e África do Sul.
Na avaliação de Camarano, para que o Brasil consiga usar os avanços em infraestrutura tecnológica a seu favor, o principal desafio é fortalecer os investimentos em educação e na formação de profissionais capazes de atuar nesse novo ambiente digital. “Esse é o grande gargalo do país. A tecnologia tende a abrir novos modelos de negócios, mas as pessoas têm que estar preparadas para aproveitar essas oportunidades”, afirmou.
O ambiente regulatório e de inovação são outros dois fatores apontados como essenciais para que o Brasil consiga galgar novas posições no ranking. Nessa direção, Camarano destacou as recentes iniciativas do governo federal para ampliar a oferta de recursos para inovação no país. Em contrapartida, o diretor ressaltou a necessidade de tratar outras questões, como a simplificação da estrutura de custos que incidem sobre o setor e a maior aproximação entre as universidades e o setor privado. “Houve avanços importantes. O que nós questionamos é se eles estão acontecendo na velocidade adequada para que o Brasil consiga reverter isso efetivamente em prol do aumento da competitividade do país”, afirmou Camarano.
(Moacir Drska | Valor Econômico S.A)